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Potencialidades e Vulnerabilidades do Envelhecimento - Parte 2

Potencialidades e Vulnerabilidades do EnvelhecimentoAutoria: Ana Amélia Camarano (Coordenadora da área de pesquisa em População e Cidadania do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

 

Trabalho é um indicador importante de autonomia e de integração social. Entre os homens, 44,6% trabalhavam em 2001, sendo que 64,1% já eram aposentados. As proporções comparáveis para as mulheres são de 18,6% e 58,2%. Além disso, em 2001, 10,8% das mulheres idosas acumulavam benefícios da aposentadoria e da pensão por viuvez.

 

A baixa participação feminina reflete um efeito coorte, ou seja, a baixa participação feminina no mercado de trabalho das coortes mais jovens em décadas anteriores. Isso torna as mulheres idosas mais dependentes da renda da família. As que se casaram podem contar com a renda do marido ou das pensões por viuvez, que são universais. O fato da maioria dessas mulheres terem se casado, aliado à ampliação dos benefícios da aposentadoria rural trouxe uma mudança ao seu status quando idosas. Uma maior proporção dessas mulheres, quando envelheceu, passou a ter renda própria, a chefiar família e a assumir o papel de provedora, mantendo o seu tradicional papel de cuidadora.

 

O aumento na proporção de idosos e, principalmente, de mulheres idosas chefes de família ou cônjuges e a redução na proporção de idosos vivendo na casa de filhos, genros, noras, irmãos ou outros parentes foi outra mudança importante verificada no período 1981-2001. Essa mudança foi mais acentuada entre as mulheres, pois eram elas que apresentavam, em 1981, a mais elevada proporção de residência em casa de parentes e a mais baixa proporção de mulheres chefes de família. Já foi visto em outros trabalhos que essa é uma maneira de avaliar a dependência dos idosos em relação às suas famílias, com base em dados secundários (Camarano e El Ghaouri, 1999).

 

Na verdade, mais do que uma redução na dependência, os dados sugerem uma inversão na direção desta. Foi observado que as famílias brasileiras com idosos estão em melhores condições econômicas do que as demais. Para isso, reconhece-se a importância dos benefícios previdenciários que operam como um seguro de renda vitalício. Em muitos casos, constitui-se a única fonte de renda das famílias. Isso se verifica mesmo quando se consideram estruturas familiares de acordo com o nível de renda (Camarano et alii, 1999).

 

Por outro lado, o aumento da exclusão e da limitação das oportunidades para os jovens em curso no País, nos últimos 20 anos, tem sido expresso, entre outras coisas, por elevadas taxas de desemprego e subemprego da população adulta jovem, presente mesmo em momentos particularmente favoráveis da economia brasileira. A taxa de desemprego da população de 15 a 24 anos passou de 6,2% em 1981, para 18,9% em 2001 (Camarano et alii, 2001). Além disso, esse grupo etário tem experimentado violências de várias ordens, tais como criminalidade, separações e gravidez precoce. Essa situação tem exigido dos pais desses jovens, provavelmente idosos, um apoio material adicional.

 

Uma outra maneira de avaliar o papel que os idosos vêm assumindo em termos de apoio às famílias na qual estão inseridos, é por meio da participação da sua renda na renda familiar. Em 2001, nas famílias que continham idosos, estes contribuíam com 60,2% da renda familiar. Além de contribuírem com a renda familiar, os idosos estão recebendo filhos adultos e netos em casa.

 

Publicado no Guia do Idoso – Serasa

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