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Renovação de CNH e Novas Tecnologias

Renovação de CNH e Novas TecnologiasEntrevista WebMotors

 

Por Elisandra Villela Gasparetto Sé (Fonoaudióloga, Mestre em Gerontologia pela Unicamp, Doutoranda em Neurolingüística pela Unicamp)

 

4- Uma das entrevistadas para essa reportagem nos relatou que reprovou nos testes de renovação da CNH por não saber manusear o computador e internet. Parece uma maneira de desprivilegiar o repertório de uma parte da população que não vivenciou a cultura virtual. Como você avalia este cenário?

 

As novas tecnologias informacionais se mostram um grande desafio para a população em geral, para os idosos pode parecer uma barreira difícil de transpor. É comum associar a informática aos segmentos mais jovens da sociedade. E existe sim uma parcela de idosos que estão distantes desta tecnologia. A dificuldade de acesso à inclusão digital no Brasil é semelhante para jovens e idosos, o que reflete na diferença são as regiões. A dificuldade de aprendizagem na terceira idade está relacionada mais a fatores de saúde física, aspectos sociais, psíquicos, história de vida, práticas sócio-culturais e à didática utilizada com a pessoa idosa quando estão lhe ensinando algo. É evidente que a novidade de uma tarefa, equipamento e grau de dificuldade influencia no desempenho de pessoas idosas. E a dificuldade de aprendizagem gera insegurança.

 

Os cursos para renovação de CNH têm o papel educativo com relação ao esclarecimento e formato da prova, a preocupação com o uso efetivo da tecnologia para a realização da prova eletrônica. Mas deveria dar a possibilidade de escolha de formato de prova. Falta também uma política pública que possa esclarecer e motivar os idosos a se incluírem no mundo digitalizado. A tendência contemporânea é rever os estereótipos associados ao envelhecimento. A maturidade e a velhice também pode ser um momento propício para novas conquistas.

 

5- Ainda falando sobre desprestígio, ignorar o idoso é comportamento que se reflete em vários outros setores da sociedade brasileira. A publicidade de carros raramente – ou nunca – tem personagens mais velhos. Ainda não tenho o número de idosos motoristas que são consumidores ativos, mas é cada vez maior. Como você vê os impactos dessa omissão no trânsito?

 

A preocupação da sociedade com o processo de envelhecimento se dá ainda por questões demográficas, pelo fato de os idosos corresponderem a uma parcela representativa do ponto de vista numérico e não pelo ponto de vista econômico e financeiro. À medida que a expectativa de vida da população aumenta, também aumenta o número de idosos, entretanto ainda não se tem a valorização do idoso como consumidor. O espaço para o idoso no mercado de consumo está mais vinculado à saúde física e ao bem-estar como atividades de lazer e raramente ao acesso de bens mais caros. É comum ainda os estudos específicos, que analisam o perfil de consumidores, apresentar como resultado o interesse nos mais jovens e na população de meia idade (40 – 50 anos).

 

No Brasil, o grupo de pessoas de meia idade é a que tem, provavelmente a maior disponibilidade de renda, e é sem dúvida o grupo mais produtor, consumidor e divulgador de produtos.

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